NA VIDA, HÁ MOMENTOS MENOS BONS

Data 24/04/2009 12:43:32 | Tópico: Textos -> Humor

Todos os dias desde de que acabo o meu merecido jantar como todos os mortais que para ganharem esse mesmo jantar fazem o sacrifício de passar um dia inteiro a trabalhar porque não sabem fazer outra coisa, preparo-me e vou dar uma voltinha pelas ruas da cidade onde moro.

Acontece porém, que numa das ruas pela qual sou obrigado a passar todos os dias, sou incomodado por uma fêmea que dá voltas e mais voltas em meu redor tentando acariciar o meu rosto, eu a repudio mas ela insiste. Eu tento a evitar, mas ela insiste .. Eu não a quero mesmo a ver, mas ela insiste e eu sou obrigado a acelerar os meus passos para me afastar dessa rua.

Se vos conto esta história, é porque hoje tenho remorsos.

Como de costume, saí de casa depois de jantar. Reflecti para tentar evitar de passar por essa rua, mas nada havia a fazer, não havia outro caminho senão aquele para ir ao centro-vila e lá fui.

Uma vez mais chegado a essa malfadada rua, ela estava à minha espera, tentei evita-la, nada a fazer, ela veio ao meu encontro e num gesto rápido acariciou o meu rosto. Nada pude fazer para a evitar.
Infelizmente, eu não estavas naqueles dias sim. Andava nervoso, parece que vai haver despedimentos lá no escritório onde trabalho e, sou obrigado a confessar, não sou um grande empregado, sempre o primeiro a sair e o último a chegar, sou capaz de estar na calha para o despedimento, não tenho sorte nenhuma.

Como dizia, andava nervoso, consegui escapar a essa fêmea que me atormentava e lá fui dar uma volta. Entrei num café e pedi um copo de água, em tempos de crise tem que se evitar de misturar na água aquele pó acastanhado, é mais caro.
Meia noite; era tempo de voltar a casa. A essa hora, talvez ela já não se encontre na rua, puro engano, ela lá estava à minha espera e no primeira tentativa que ela fez, lembrei-me dos golpes de judo que pratiquei enquanto jovem e pronto, ela estava de costas no chão.
Perdi as estribeiras e com toda a força que ainda tenho, dei-lhe uma pisadela no peito e ela nem força teve para dizer uma palavra.

Um pouco desorientado, fugi. Voltei para minha casa e agora mais calmo, reflecti ao meu gesto e tenho remorsos do que fiz.

POBRE MOSCA


A. da fonseca






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