Pobre mortal

Data 26/04/2009 00:42:49 | Tópico: Textos


































Grito na imensidão do universo e tu que não ouves a minha prece
Que fazes ai impávido e sereno?
Não olhas, não vês, não sentes...
Os que te chamam soterrados nos desertos da vida?
E eu pobre mortal, sinto a rouquidão do meu grito
O desalento acoitar o meu corpo
A dor raiar o meu olhar
Não vês o cheio nauseabundo que deambula na noite parca em estrelas?
E as sombras vaguearem perdidas como fantasmas na alameda da incerteza?
Que é preciso para que resolvas abrir as mãos e emanares a doçura do teu viver?
Vem…. não fiques parado abraça a terra e sente a sua dor
O pranto que alimenta os seus filhos cobertos de terra árida e infértil
Vê e não desvies o olhar, não te iludas com as falinhas mansas dos engravatados, dos iluminados sebentos bonacheirões, exímios na arte de manipular as inconsciências ávidas de sensações…
Olha, sente e actua pobre mortal como eu.

Escrito a 26/04/09


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=80116