Com vistas para o Tejo

Data 26/04/2009 22:46:28 | Tópico: Poemas

E chegou uma carripana
Com altifalantes
E desenhos de bichos
Nunca vistos

Iam contar a história de umas fantasmagorias
Com vozes distorcidas
Chamadas “uquês”

Eu estava à tua espera
Com a bonomia
E a felicidade
De um apaixonado
Mas não estava nas nuvens

Percorri quatrocentos quilómetros
Até Lisboa
Para te abraçar
E estar contigo

(Quem nunca se apaixonou
Não percebe o que digo)

Tu tinhas percorrido mil
E quando chegou o momento
Do nosso abraço
Nada se desmoronou
Nem o vento ganhou asas

Num exíguo espaço
Na pequena sombra
Entre duas casas
Com vistas para o Tejo
Numa rua torta
Quis o tempo
Ser essa tarde
E sem chave
Abrir a porta.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=80237