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Data 27/04/2009 08:43:52 | Tópico: Poemas

Sempre que penso no que tenho
Insensível abandono
Nada mais é que lenho
Silvado de campo remoto

Quando penso no que sou
Película, invisível, descrente
Perco-me naquilo que dou
Sepulcro de quem quer ser gente

Quando penso no que quero
Guardo no peito a revolta
Porque será que espero
Que a vida não seja torta

Quando penso no que fui
Gaiata abraçando a lida
Não lamento o que não fui
Mulher de fútil tingida

Girassol ao abandono
Em ceara de urtigas
Podem crer, não me envergonho
Da cor com que estou vestida

Antónia Ruivo


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