ÚLTIMO ROMÂNTICO
Vivo, sim, eu sei, em suicídio lento,
a seguir, por lei, atalho contrário.
O idealismo retalho, voluntário -
querer morrer jovem é o meu intento.
A luz, não a vejo em nenhum momento.
Lento, me aventuro feito um corsário,
hoje que me impus um vício ordinário,
em viver o prazer no contra-vento.
No universo, ah como eu me desdobro,
nele o meu Eu voa e mergulha fundo.
e, daquilo que cobro, só eu sobro...
Todo trágico também será belo,
cedo partindo. Vou deixar o mundo
ditar, em sangue, meu próprio libelo.
Silvia Regina Costa Lima e Gil Gaspar
13 de abril de 2009
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Publicado no Recanto das Letras em 25/04/2009
Código do texto: T1559782
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