Copo de Vinho

Data 24/05/2007 17:19:41 | Tópico: Fados

São chamas de vida
as feridas que me encobrem a alma,
são gestos cansados,
é o coração gasto
pela maré desta tarde calma...

No leito onde dormes
já te sinto o cheiro que a noite encobre,
no vinho que tomas deito-me eu agora
enquanto em silêncio no copo me escondes.

Um dia amante outro dia mulher,
és tu quem decides,
às vezes o muito,
outros dias tanto,
assim mo pediste.

Não gasto as palavras, neste canto,
Não gasto o meu choro, neste pranto,
gastam-se-me as horas, a morte que afogas,
no meu corpo que se deita no copo de vinho...


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=8073