SONETO

Data 02/05/2009 23:59:02 | Tópico: Sonetos

(Mais um soneto de meu pai, cuja publicação julgo oportuna)


SONETO

Vede d’outrora o que transparece apenas,
Neste modesto livro que consegui formar.
Um coração cansado, repleto de penas,
Por não ter alguém, a quem sincero amar…

Uma alma rude que em noites amenas,
Ao mundo das quimeras me soube levar.
Quando d’alguém; bênçãos às centenas,
Minha infantil vida, vinham animar.

Afinal, um pobre ser muito magoado,
Vivendo neste orbe, sempre abandonado,
E com saudades indeléveis d’alguém…

D’alguém que com loucura m’estremeceu,
D’alguém que m’abençoou quando morreu…
D’alguém, infeliz como eu… de Minha Mãe!...


Veríssimo Salvador Correia (1933)



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