Vejo e revejo E não me reconheço Perdi-me em dia de vento Perdi pedaços no tempo Esqueci o endereço
E agora… Onde larguei o meu ser Já não consigo enxergar Nas rugas que vão vingando Já não consigo encontrar Os trilhos que fui pisando
Olho-me sem ver, cismando Não reconheço os traços Que teimam em mostrar As marcas da vida Ao passar… Os amores por amar, As raivas por acalmar Os medos que teimei Em não mostrar
Marcas nuas de sentimento Que teimam em vingar Parecem carrapatos Colados na alma Manipulam o silêncio Que quase sempre me embala Extravasam em doloroso sentir No meu intimo a zunir
Que sou pedra por moldar Pedra dura a teimar Rolar, rolar Sem o tempo ver passar Sem trave para me agarrar.