Dissipo-me no sopro...

Data 16/05/2009 16:48:56 | Tópico: Poemas

Disperso entre a penumbra
Uma loquacidade quase extravagante
Dissipo dentro de mim a bruma
Que me fazia cego e vacilante

Destruo a barreira de pedra e silêncio
Que a geada das almas nuas me fere
Sou muitos dentro de mim viajando
Sou todos os que nunca foram Eu's sorrindo... chorando

Sou múltiplo nas dimensões
Transcendente nas emoções
Indecifrável na loucura
E uma plateia de fantasia... emulsiona-me...
Mistura-me com a madrugada fria...
No semblante limiar de um grito triste em euforia...!

Arrasto a cómoda
Salto para dentro do jardim
Amanhã serei apenas mais esta terra
Que será vento depois do fim

Acerco-me de poemas que não escrevi
E finjo-me eterno nas palavras
O lume do vazio faz-me cair aqui...

Sei que navego por um futuro do presente
Mas a dois passos e meio...do caminho... e zás...
No amanhã já ninguém se lembrará de mim...

Poderei dizer então... lá de cima... lá de baixo... ou a meio do caminho...
Que existindo... nunca existi
Fui somente a névoa de um destino
Que algum Ser respirou em ti..


Pedro Campos.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=83116