LUZ

Data 18/05/2009 20:42:35 | Tópico: Poemas

Um dia caminharei
sem a tua certeza,
e jamais definharei
sobre a avareza
das lágrimas
que aqui hoje te dei.

Levarei comigo
apenas eu, só eu,
e matarei teu amigo,
quem te protegeu.

Repudiarei teu nome
na parede da minha
frustração, passarás fome
sozinha.

Arderás ao frio
cega pelo breu.
Súplicas ao vazio,
preces em vão,
cinzas sem destino,
os sons que se ouvirão
na tua brasa, pelo teu assassino.

Sobre a misericórdia
cuspirei o teu último fôlego,
ensanguentado na tua agonia,
pelo fim sôfrego.

Gozarei o silêncio,
Lambusar-me-ei ao som da vingança
voltando ao inicio,
o dia em que me levaste a esperança.

Preso nos buracos,
onde a exaustão cavou
o sucumbir dos bravos,
descansarei
no leito desta promessa
que hoje selei e quebrei.

E nessa luz
rejubilo hoje,
na flor que é a vida.
Este saber já não foge
de minha mente tão ávida.

Pois descobri uma amiga,
a liberdade num espírito,
como deve ser antiga.

Veste os sonhos
fugidos dos poetas
e pintou a lua
nas mil cores das suas paletas.



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