
A Distância (Eu Vejo-te Nua!)
Data 20/05/2009 14:33:43 | Tópico: Poemas
| “Despe-te para mim amor, o dia é de festa, a chuva que cai é o que não presta, restamos nós...”
E eu já me dispo, Já o faço descobrindo o meu corpo tão teu sem nunca o teres afagado, Eu já coloco o peito nu que tu tocas primeiramente a medo, Seguidamente sem pudor, Tocas-lhe com desejo (As tuas mãos no meu corpo!) Tiro as calças lentamente... Como se não conhecesses o que escondo...
A distância...
Como se não me visitasses todas as noites o corpo... Como se não conhecesses todas as curvas do meu corpo rectilíneo... (As tuas mãos no meu corpo!) Eu dispo-me e demoro-me E olho o teu olhar, pedindo-me a nudez sem demoras... Mas com demoras me dispo... Pois quero-te querendo-me nu sem demoras para que, com demoras, eu me dispa para ti! (As tuas mãos no meu corpo!) E te faça sofrer, e te faça ansiar por mim, pela minha nudez,
Que nos mantém distantes,...
Porque me queres nu! Porque me queres consumir! (As tuas mãos no meu corpo!) E agora estou nu, E transformo o corpo para ti, E já não sou eu nem tu és tu! (As tuas mãos no meu corpo!) E já não sei nada sobre ti, Já não sei o teu nome nem respondo pelo meu,
Que nos obriga a viver vidas paralelas...
Só sei que quero estar nu na tua nudez, Só sei que... (As tuas mãos no meu corpo!) És bela e tão mulher e tão minha e tão pura e tão perfeita e tão distante e tão real no meu sonho! A tua nudez! Tu mesmo! Tu como és!
E, lentamente, que acaba por nos afastar para sempre!
A tua nudez que vi... Sem nunca ter visto! ...no primeiro dia em que te vi, A tua nudez com que sonhei... (As tuas mãos no meu corpo!) Com que ocupei noites em branco! A tua nudez que me deixa ver quem tu és... E eu vejo-te.... (As tuas mãos no meu corpo!) Mesmo pela cortina de nevoeiro nas minhas órbitas... Eu vejo-te nua!
|
|