««Chamamento ----- dedicado ao castelo de Montemor ( reeditado) ««

Data 22/05/2009 12:55:30 | Tópico: Poemas

Olho-te cá de baixo
Junto ao rio
Onde dorme agora
Uma chave
Adulterando a paisagem
Em miragem

Estranha força esta
Que me chama na aragem
Ontem olhei-te de passagem
Reparei que estendes os braços
Nas pedras soltas
Que correm encosta abaixo

Talvez tentando que eu suba
Talvez pensando que eu ouça
Quem sabe sentindo meu choro

Relembrando-te castelo com vida
Dos meu tempos de menina
Deixei-te numa pedra escondida
Um poema sonhado,à partida

Como todos os sonhos
Perdeu-se no tempo, esfumou-se no ar
Só agora conseguiu voltar
Neste chamamento
Que me tira o sono o alento
Que me empurra em direcção
Ao que me pede o coração
Mas que quero renegar

Temendo o que poderei encontrar
Na sombra dessa muralha
Temendo não alcançar
Um poema a desbravar
Uma vida a meio caminho
Um verso a quem me dar
Temendo que seja tarde
Para amar

Castelo dos meus encantos
Porque insistes em me chamar
Na brisa que me afaga
O que tens para me contar

Quais os segredos que guardas
Que choro é que secaste
Que palavras escutaste
Que poema abraçaste
Porque a mim o queres dar

Antónia Ruivo
Cresci por entre as muralhas deste castelo eu e mais umas dúzias de gerações de Montemorenses, para nós é um sitio mítico, que nos transporta para lendas de reis e rainhas, moiras encantadas, principies montando seus cavalos árabes e defendendo estas planícies contra os invasores estrangeiros, é neste ambiente que decorrerá o encontro de amanhã, tenho certeza que todos se vão deliciar com toda a atmosfera envolvente.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=83875