A chama da vida

Data 25/05/2009 18:55:15 | Tópico: Poemas -> Paixão

Procuro nas chamas da vida
Momentos de eterno prazer
A frase que é dita e desdita
ao ouvido de bela mulher

Cabe-me a concepção
do amor a um belo ser
Quente e fogosa paixão
Por quem hei-de um dia ter

Os fados entristecem as almas
sombrias e empobrecidas
Ó Ninfas, uma salva de palmas
por dádivas tão enriquecidas

O amor que outrora venerei
assola-me o inconsciente
Os legionários com quem lutei
arrasaram-me a louca mente

E a paixão que então esperei
Novo amor, amor diferente
Amor novo, que não amei
Olhar a vida, olhar de frente

E o sabor desta amargura
destrói a essência do ser
bela mulher, que formosura
É a razão, para alguém viver

E as deusas do além
Ternura e sobriedade
Melancolia, fado também
Não há tradução pr'a saudade

Pois denoto no futuro
promissoras sensações
Ódio, amor tão puro
Reter fogosas paixões

Para quê reter a ansiedade?
Para quê esperar o infinito?
Apenas vagueio pela verdade,
Apenas calado finjo que grito

E se as esferas do prazer
Levam o homem ao delírio
Salientar e dominar o saber
Trouxe o messias ao martírio

O sangue que me escorre nas mãos
escorre um plasma humano
de mulheres e homens sãos
Do doutor ao fabril profano

Das mulheres que venerei
Das damas que já esqueci
A todas sempre amei
Por cada uma me perdi

Perco-me nos seus seios
Imensidão de luxuriante carne
Procuro por todos os meios
o antídoto para a ferida que arde

Não resisto a divinal sorriso
A contemplar ondulados cabelos
Pois aqui, meus caros friso
que adoro fartos pêlos

Na geometria das sensações
Na aritmética dos sentidos
Nos gestos, nas contracções
dos músculos, por vãs paixões, perdidos

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João Filipe Pimentel



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