Momentos de desinspiração

Data 30/05/2007 21:30:49 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Acorda em sobressalto, sente um frio, arritmia,
Salta do colchão alto, fica a olhar a noite fria.
Pensa na vida que tem, tão banal, tão vazia,
Desce a escada a correr, sem sair já a descia.

No patamar há um cheiro, mas é mofo, é velharia,
Na rua passam os carros, na rua é quase dia.
Vagueia pela manhã, vagueia sem companhia.
Olha p'ra todos os rostos, em nenhum deles ele confia.

Segue ao longo da praia, sorve o sol, a maresia,
decide voltar a casa, "sempre alcança quem porfia",
senta-se na escrivaninha, retoma o texto, o afia.

Agudiza o que sente, escreve sobre o que o guia.
E transforma o velho no novo. Num novo já tão diferente,
Que quem o vê transformado pensa que é doutra gente.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=8481