
Fim de tarde ao sul
Data 31/05/2007 22:53:15 | Tópico: Textos
| O casario rasteiro da aldeia, esbranquiçado por muitas demãos de cal, ralhava com o lusco-fusco do fim da tarde e começava a amagar as gentes do sol a sol diário. O Estio ainda vinha novo, num ano de graças a Deus. Ano farto... coisa rara por aquelas bandas. Os canitos cabriolavam com a chegadas dos caseiros, na mira dos restos das sopas aromadas a toucinho e poejo. Pouco depois, já o tinto escorria por gargantas de cantes resguardados e ainda a tripa da chouriça estalava no fogo de bagaço. Entretanto mordiam-se uns torresmos... o tinto era do bom, carrascão mas do bom e as vozes iam soltar-se, na certa. Havia um ar trigueiro naquilo tudo, que passeava com a brisa, pelas vielas calcetadas. Confortável e calmo... tão calmo como resto do sul que se escondia além do Tejo. Inspirei, enchi bem os pulmões e deixei-me estar.
Valdevinoxis
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