volta,volta!melhor será dizer para nao ires...

Data 08/06/2009 11:30:13 | Tópico: Duetos

Visito a vida com as sombras
do caos no rosto.
da música transfigura-se
o sensível dos ossos,
que do AMAR sacia-me.
Esperar
é na verdade um coração imenso
(a boca de flores adultas...),

que em vez de laivos de luz
só intensificam a angústia
e rasgam em nossa boca
o grito perturbador do abismo.

És o meu regresso;
o que demora o movimento
e me devora o corpo,
no respirável e no suicídio.
Aguardar
são asas quebradas desde a infância,

ou asas que nunca chegaram a nascer,
como filhos da dilaceração, que somos.
Filhos sem sonhos e sem sorrisos
pois a névoa e o éter
são tudo o que nos povoa a consciência.

Onde está o humano em mim?
Onde está o caminho traçado,
que procuro nesta floresta do alheamento?

É no silêncio
que a carne apodrece o cântico
e são as ruínas da palavra feita
o corpo e o ânus

do erecto apenas somos poemas cansados.

É do medo dos sentimentos
que abro o ventre das perguntas
e cubro-me do pássaro que sou.
Amacio o rosto da fadiga
e somos asas uma e outra vez

até alcançarmos o píncaro do céu
na nossa última ascensão em queda.

06/06/2009

Histeroneurastenia & Caopoeta


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=86119