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    	Data 22/06/2006 14:49:15 | Tópico: Mensagens -> Amor
 
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  Mais um gole Enquanto observo lá fora Do alto, Desta janela... Sentindo o ar frio em meu rosto Encolhendo-me como a querer proteger... Proteger do que? Se minha vontade... É saber voar  Ir pra onde nada pese...
  Meu corpo frio, Meu cérebro a mil... Somos pensantes Ha, Ha, Ha... Nunca somos um todo Inteiro, de verdade. O que me falta, já não sei... E essa melancolia Essa gana de não sei o que Essa precisão... Essa lucidez saudosa De tempos, atitudes, horizontes... Que se foram? Existiram?
  Se tem alma  Este corpo a aprisiona... Este corpo que padece  As ações do tempo Das irresponsabilidades De noites mal dormidas Sabe-se lá com quem... Sabe-se lá por que... Dos tragos e tragos a mais... Das risadas por diplomacia... Dos choros por conveniência...  ...desde o berço... Dos amores por necessidade...  ...de um colo no fim da noite de gemidos e fingimentos... É tudo irreal, superficial...
  Sou sozinha,  Sou uma peça, Sou o desfecho... ...fundamental Essa subserviência desnecessária Esse interesse proposital Essas décimas quintas intenções... Não quero mais isso Isso tudo me acaba Isso tudo me sufoca
  Mas não mata Nunca mata  Nunca morre Nunca mata... O dia seguinte sempre segue E ainda abro meus olhos E ainda respiro este ar fétido De gananciosa poluição Não vale mais  Nunca valeu Não tenho mais credibilidade As fichas acabaram
  Os sorrisos sinceros são milimetrados Esporádicos, anulados Por bombas caseiras e de efeito moral Não dá pra ser inteiro, Sou parte disso  Meus fragmentos sofrem  Como sorrir Sinto meu sangue pulsar  Do outro lado dos continentes... Com os mesmos olhos... Que vêem o que não querem
  Calo-me  Mas ainda vejo meu reflexo Neste maldito espelho Que não refleti o que o mundo determina Mas... Transparece a límpida alma  Que pouco importa Sempre consigo me anular Vou à busca dos meus Este mundo não me pertence Mas continua a flagelar Pobres mortais Dignos da esperança... De etnias impostas por outrem A condenar sem motivos Desencorajando sonhos Cortando as garras E começando tudo de novo Sem um fim plausivo
  Agora recosto minha cabeça ao travesseiro Sem alardes e acontecimentos Deixo a inércia tomar conta  Do corpo Da mente Permitindo... Querendo mais uma vez Acalmar minha fúria  Atravessando uma senhora no farol... Contribuindo pra cola com uma moeda...
  Quem irá mudar o prisma do mundo...
  Senhora Morrison 28/05/2006
 
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