Livre voz, livre poesia por Valdevinoxis e Ibernise

Data 08/06/2009 22:04:26 | Tópico: Poemas

Tantas vozes rasgadas
Que tintam o papel de linhas esgaçadas.
Tantas, tantas vozes inquietas,
Mortiças, malfazejas, infectas
A tirar pedaços, nacos de corpo imberbe,
Limpo e cheio de recheio que já se bebe.

Tantas vozes com voz de sede
Turvas, vermelhas e sem esperança de verde.
Tanta voz nas vozes contrárias
E no entanto, todas com silêncio de libertárias,
De inconsequente vontade nova
Capaz de levar o desassossego à cova.

Num nado sobre vagas, o nada nas braçadas,
E o grito fundo, vem da gargalhada cortada,
Vem da falta de pudor, das idéias incertas
Que dificultam o armador em tudo que ele conserta...
E o sufoco lhe tira o sono e, de amar, o impede
E seca a tinta, rasga o papel e o pincel não cede...

Esta moenda fura bloqueios, derruba a parede,
Atinge o poeta e seus parceiros de rede...
E a voz silente ensurdecedora, e arbitrária
Se debate, se organiza companhias solidárias
Esquecendo que bem do seu lado estorva
Justo aquele que mais atende, doa e aprova...


Valdevinoxis feat Ibernise
Valdevinoxis de Aguiar, Viana do Alentejo (Portugal),06/06/2009.
Ibernise de indiara (Goiás/Brasil) 08/06/2009.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=86212