ZARPANDO PELAS MESMAS ÁGUAS

Data 12/06/2009 13:07:13 | Tópico: Sonetos





Nem chuva, nem bruma, nem sol:
Meu poema são as crianças
Que, com seus pais,
Acossados pela miséria,


Trabalham nas arcaicas fábricas
De carvão
Para que possam semear
Miragens de satisfação


Que ludibriem a fome
Enquanto demoradamente consomem
Uma raquítica nuvem de pão!


Meu poema, afinal, é acerbo:
Caminha abraçado
Á estrada dos versos baldios, estéreis arvoredos!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA





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