Planuras de utopias
Data 03/06/2007 20:50:04 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| Esta ânsia de regresso, a ti amado, este sonho calcinado em planuras de utopias num destino recortado em pálpebras salgadas.
Este estandarte de febres elevado nos ermos e nos zimbórios d’invicta praia, este morder desvairada da luz a claridade e transbordar absorta em emulada chama da marina ancorada dos teus olhos.
E palmilhar vidros ávida, sangrando emoções, e morder uma a uma as vagas da agonia nesta angústia infinda a escorrer-se sangue na goela e nas narinas, em batalhas impúberes de chacina, em fogueiras apagadas de sertões.
E esta dor no corpo, este estado sovado na essência azul de um por do sol, e este branco anilado, das linhas com que bordo a ponto cheio o teu nome, meu amado, na barra alva do meu lençol.
Este estado concluído na fluidez do verbo em que escrevo a epopeia acicatada do teu corpo em mim sereia, em derradeira espera neste molhe.
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