
NATUREZA MORTA
Data 16/06/2009 17:33:21 | Tópico: Prosas Poéticas
|
Conjugando a palavra e o verbo, criei o céu e a terra, no meio de coisa nenhuma. Um caminho, de terra batida, com suas imensas poças de água e sulcos, ladeado pelo mato ressequido e árvores sem folhas, não me mostra, mais do que um princípio, de uma curva, que, apenas suponho, existir algures, mais à frente, mas só por imaginar, porque no meio, desta terra agreste, não há pontos de identificação, sequer.
Apercebendo-me melhor, debaixo de uma chuva fraca mas persistente, vejo que, noutros tempos, este foi um campo, de cultivo, quem sabe, de doces e fortes vinhas, pois a montanha, está toda dividida, ao que me parece, por antigos regadios, hoje em dia, abandonados, nos braços envolventes, da natureza.
E por agora, a desolação é completa; a terra, endureceu, e, deixaram de existir, caminhos transitáveis, a qualquer ser humano. E, todas as árvores, estão mortas, com suas raízes expostas, como que, arrancadas, por uma fúria destrutiva qualquer, que, tão pouco eu, consigo adivinhar, ainda que, recorrendo, à imaginação, mais fértil.
Conjugada, a palavra e o verbo, entre pedras, caminhais, sem uma única flor, cor nenhuma, senão o cinzento e algum branco, lembrando a terrível desertificação, pelo abandono do homem, para as cidades.
Jorge Humberto 15/06/09
|
|