«« Nada mais ««

Data 17/06/2009 14:13:35 | Tópico: Sonetos

Por vezes embrenho-me no arco íris
Procuro em cada cor, em cada aresta
Tento me embrenhar, na mais fina frecha
Procuro aquele céu que sempre quis

Vida, como os teus caminhos são frágeis
Ao forçarmos a porta, que está trancada
Porta inerte, dos desejos afastada
Cais onde encalha a minha nau, naufragada

Naufraguei nas canseiras desta vida
Afundei, no lamaçal, da minha frustração
De me sentir fria, areia humedecida

Por onde rebentam, fungos em decomposição
E dizem, gritam, esquece, foste vencida
Nada mais te resta, apenas a solidão


Antónia Ruivo


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=87351