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 ALHEIOS À VIDAData 18/06/2009 17:25:34 | Tópico: Poemas -> Sociais
 
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 Por entre todos os dejectos, da impunidade
 humana; chão pejado, de todo o tipo
 de lixo, numa perfeita afronta, para os olhos;
 paredes sujas, no que um dia, belos
 azulejos, ao prédio, graça emprestaram;
 uma menina, meio despida, aguarda,
 pacientemente, a meio da escuridão,
 que, algum cliente, a ela se dirija, evitando
 ao máximo, qualquer
 princípio, de conversa ou intimidade.
 
 E seu rosto carregado, de há muito, lhe roubou,
 todo o tipo e graça, que existe numa mulher.
 Seus olhos são profundos, num olhar directo
 e frontal, por de forma a intimidar,
 a quem ousar possa, tentar roubar-lhe,
 seu miserável território. Porque a provável
 consequência, de um dia, tal poder vir a acontecer,
 é ser espancada, pelo chulo, que, ao longe,
 vai registando, todos os movimentos, da menina,
 onde faz muito, perdeu, tudo o que era seu.
 
 Nisto pessoas passam, censurando ou pela revolta,
 se indignando, ao verem, uma menina, tão
 jovem, ser assim desencaminhada, por um indivíduo,
 sem escrúpulos, a quem a vida, de um ser humano,
 é pouco mais do que nada.
 Porque a este monstro, só lhe interessa o dinheiro,
 para alimentar sua adicção, e, assim, usar e abusar,
 pela nossa indiferença, de quem,
 sem que nos pese a palavra, nos habituamos,
 a chamar, de simples prostituta.
 
 Jorge Humberto
 17/06/09
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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