16. (de vértices do tempo)

Data 18/06/2009 21:03:44 | Tópico: Poemas

Paira no ar o cheiro a terra molhada
fruto prometido dum ventre virgem
que desabrocha em flor.
Uma brisa morna com sabor a mel.
No horizonte da memória a vertigem
e na boca o gosto amargo do fel.

Queimam-se cigarros… esvai-se o tempo
a contra-tempo.
Esgotam-se as mortalhas, esmaga-se o que resta
dele na calçada. Abrem-se na sombra
mil navalhas e morre-se a granel.
Aspira-se pelo céu que tarda em vir
e chega-se a pensar que melhor que tudo isto
é o Nada.

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escrito sob o pseudónimo Alvaro Giesta


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