
SE
Data 19/06/2009 21:32:47 | Tópico: Poemas -> Sociais
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SE – providencial ensejo - Me fosse dado agarrar as estrelas E dispô-las a meu bel-talante Para tanto me assistindo engenho e arte SE - num amplexo sem fim Eu abraçando a terra fosse ao outro lado Buscar o romântico da lua SE - em omnipotente click Abrandasse o braseiro do Sol Ou emprestasse calor aos seus raios SE - na aridez do deserto Semeasse oásis a eito E na minha inábil destreza A um mundo em desmando Desse capaz jeito SE – tais forças gerasse em mim Que gritasse eficaz não À fome que mata os homens SE – qual Confúcio deste tempo Cresse nas Domus Justiciae Ver algum dia Nascerem viçosas ervas SE – observador atento Do mundo que o cerca Lesse a dor nos olhos do indigente E indiferente não ficasse Ao inocente olhar de uma criança SE – qual rouxinol galante Das minhas vocais cordas Arrancasse uma “Noite ao Luar” Ou “Recuerdos de Alhambra” SE – das pedras da minha calçada Escutasse ancestrais passos Que em linguagem estranha Falavam já de mim SE – nas curvas e contra-curvas da vida Para resposta às humanas quezílias Eu enxergasse fatal a justiça SE - à vaidade e à esperteza vã De uma vez por todas Dissesse garboso não SE - da prosa diletante Acordasse em mim sonante A alma do poeta SE – finalmente do amor Que de ti derramas Para sempre eu fosse o guardião Então sim Eu não seria dono de mim mesmo Ninguém de alguém seria dono Ter-me-ia feito homem do Ser Encontrado a Razão.
Antónius
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