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Data 20/06/2009 15:59:40 | Tópico: Prosas Poéticas
| Vem, Senta-te comigo à sombra da imaginação, dá-me a tua mão, Inunda o meu coração com a paz tranquilizante Das marés baixas na foz do Tejo nas tardes calmas de Agosto Mesmo que uma lágrima me caia no rosto, não ligues, sorri apenas Essa lágrima, é a derradeira a ultima que chorei na vida inteira Todas as outras, as de raiva, as de amor, principalmente as de dor e desamor Se foram no limiar daquela nuvem, que me trouxe o recado De que um dia haverás de te sentar a meu lado Por isso vem Mesmo que seja no vento, mesmo que seja na chuva miudinha Que inunda a planície tórrida onde a terra se deleita, faz amor com essa chuva E nasce a canção perfeita, no voo de uma borboleta Vem nas asas da cegonha, quando chega a primavera, vem de longe não sei de onde Só sei que aqui construí o ninho, onde uma nova vida gera Assim é todas as Primaveras Tal como ela eu tenho o meu espaço, no campo a céu aberto, onde me perco Tentando ver ao longe a tua silhueta, imagino-te correndo de braços abertos Tentando agarrar a vida que teima em esvair-se, pelos dedos da incerteza Do que será o amanhã A resposta a encontrarás na minha lágrima que caiu, ao deslizar ela viu Os dias tranquilos, as mentes em comunhão, o segurar a tua mão Terminando por dormirem em paz, o teu e o meu coração.
Antónia Ruivo
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