11. (de memórias dos sentidos)

Data 21/06/2009 09:40:05 | Tópico: Poemas

Penumbra a tarde
cai ácido o dia
o céu escuro cheira a trovoada
Esvoaçam andorinhas neste maio
florido
zumbem os mosquitos ávidos
de sangue
numa surda melodia

Navegam os piratas
lá p´ro sul do atlântico ávidos
de sangue
Geme o violoncelo numa corda só
qual rastejar da cobra em ondulantes
corridas
Gritam as amantes cedo
abandonadas
contra quem falhou
chorudas receitas sempre prometidas

Esbugalham-se os olhos dos toxicómanos
no auge da ressaca
quando lhes foge a vida presa
por um fio
Investigam-se valentins e muitos val e azevedos
Acusam-se de crimes de que são autores
arbitram-se-lhes prisões aureoladas
de sóis
mas ficam em liberdade
É uma beleza

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assinado por: Fernando AAlmeida Reis




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