Sonhei que me encontrava num lugar escuro. Talvez numa floresta sem árvores, e sem vida, talvez numa casa assombrada, onde ninguém vivia, ou talvez num caminho sem luz, numa noite sem luar.
O factor mais importante era a escuridão. Uma escuridão avassaladora e petrificante, uma escuridão pela qual os olhos não penetram, uma escuridão escura, uma escuridão que cega.
Mas apesar de cego, aprofundei os outros sentidos. Sentia toques suaves na minha pele, alguém a passear os seus dedos no meu corpo. Sentia o cheiro doce e estimulante de um corpo despido, o abraço caloroso de alguém invisível, e o sussurrar de uma voz meiga no meu ouvido, pronunciando todas as letras e silabas do meu nome. E fez-se luz: afinal pensava que dormia e sonhava, e apenas tinha os olhos fechados. DAHHH!!!
Tocavas-me, beijavas-me, abraçavas-me... E olhando para ti, amei-te mais uma vez: naquela cama, naqueles lençóis, naquele lugar só nosso.
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