Sob epígrafe de Arménio Vieira

Data 22/06/2009 23:02:02 | Tópico: Poemas

decidi que ser poeta a sério
implica uma espécie de suicídio

Arménio Vieira


trago comigo sempre a morte
trago-a como uma medalha
junto ao peito

gabo-lhe o corpo

imagino-a bela como um quadro
de manuel jardim
um poema do o’neill
uma canção do zeca

bela porque me diz algo
e partilha comigo o peso o peso
exacto dos meus passos

a morte a minha morte a mais fiel
de todas as companheiras
nunca me abandona

embora saiba
que um dia serei eu a abandoná-la

é minha sombra o meu reflexo
é o meu verso



Xavier Zarco
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