Acesa a mente, vontade nua

Data 23/06/2009 14:38:02 | Tópico: Poemas

Não me calem as mãos, que me morro
Não me tapem a boca, nem por míngua
Me tirem as pedras com que eu forro
Cada verso por dentro desta língua

Não compro nem vendo esta montanha
Que tão livre me acelera o pensamento
Já no papel toda a terra se faz estranha
Do infinito para dentro em fogo lento

Apago-me na força em que me inspiro
Vou tombando de pavor enquanto falo
Visto sílabas cruas, onde eu me atiro
ao vento ferrado, na crina d' um cavalo

Procuro-me na morte em que me invento
Depois da guerra, da fome, do mar na rua
sou o poema incerto em que me sento
Acesa a mente, mas tão só vontade nua...

(Peço desculpa a quem comentou, mas não sei como o texto desapareceu, por isso voltei a publicar)


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