Morte ao negro da ignorância, Morte ao negro do pedestal Que segura a fraca e efémera esconjura, Aviltante do livre pensamento, Em voo raso ou altaneiro, Porque o voo não se explica, Apreende-se e observa-se. Morte ao negro da intolerância, Morte ao negro do egocentrismo, Porque o voo da garça Não é menos belo Que o voo da andorinha. Será mais nobre o voo do falcão Que busca a caça no ar Ou o deambular do abutre Que espera despojos em terra? Só quero ter asas e voar, Intrépido e capaz Como a águia de altos voos, Lento e rasante Como o albatroz Em ponto de fuga, Frágil e tremente Como o beija-flor em equilíbrio. Morte ao negro de alma De quem empunha o fuzil Na tentativa de me cercear.
|