o negro

Data 26/06/2009 17:12:12 | Tópico: Poemas

agarro-me
às paredes litúrgicas
porque ainda estão vivas

é a época de suportar nas unhas
a condição humana de janelas fechadas

o sialismo
e a prisão dos dias

dos ruídos das máquinas
matérias filandrosas
dos anos

um amanhã lento

e sabe -me a sal essa maçã
das ondas
e do por-do sol

agarro-me ao vinho

resta-me para alem do mal
a cura
de ir beijando o corpo desconhecido.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=88464