DIVAGANDO

Data 01/07/2009 21:50:14 | Tópico: Poemas -> Amor


Mais um soneto do meu pai,
com a minha natural homenagem.



DIVAGANDO

Nestas noites estivais de viração amena,
Em que toda a gente sai a passear.
Eu, francamente, sinto muita pena,
De não poder contigo adormecer, sonhar…

Sonhar, sonhar lá pela noite adiante,
‘te despontar a rútila alvorada.
Eu sonharia uma ilusão distante,
Ilusão d’amor por mim arquitectada.

E eis porque lastimo esta sorte dura,
Que calcina deveras, minh’alma pura,
Lançando-a com força para a vil paixão.

Desculpa-me tu, esta grande ousadia,
Mas sempre altivo, só na morte ímpia,
Perderei a esperança ao teu coração.

Veríssimo Salvador Correia (1933)



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