manuel

Data 08/07/2009 21:08:30 | Tópico: Poemas

ah, manuel,
tuas mãos foram águas quentes
que varreram-me a pele,
eu as bebo ainda quando fecho os olhos
e abro os caminhos estreitos de querer-te...
inflama-me com o eco do teu nome
a sede noturna que a mim enreda
com a precisão circular de um compasso
e eu sinto viva a labareda
que imagino tremular em tua boca...
outra vez penso-te meu
e é um sentir vermelho, manuel,
eu sou vermelha nesse quarto vermelho que gira,
nesse tinto derramado no lençol,
na fotografia do sangue nos teus dedos...
conservo o sabor dos teus gemidos
na memória sem pudor da minha língua
e nós nunca nos vimos, manuel...




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