
O Acre- Doce das palavras....
Data 20/07/2009 18:57:33 | Tópico: Prosas Poéticas
| O Acre-doce das palavras...
As palavras me seguem? Ou eu persigo as palavras? Farejo... Percorro as letras solitárias do meu interior? Ou seguem-me por trilhas outonais os versos que abrandam a alma? Escoltam-me os versos no caminhar? Ou eu os algemei a minha solidão?
Indago, sou por eles indagada...
Respostas são inatingíveis, volume de imprecisa precisão...
Partem de mim quais flechas inflamáveis, por vezes letais versos que proclamam o íntimo que sou... Assolam qual sol irreparável na tez descoberta as plenas idéias do coração,os sonhos que da mente fluem, lançando-se em rotos papéis que luzem ao olhar... Um dilúvio de lágrimas cristalizadas tornam-se preciosas letras, argumentos e artifícios que se fundem e afloram num universo denso, um mundo paralelo de poesias...
Agridoce é o sabor que arde. Flutuante o pensar que invade, feito de sal de sementes, atirados ao solo fértil do meu transpirar. Sou então poema pleno, desfeito em líquidas rimas,sou escrita a ressoar... Como música viajo desertos, eco e refluxo, sou cavaleiro alado... Retiram de mim o profundo, letras secam meu poço, saciando a sede de ser verbo, de transbordar, Transgredir...
Agonia-me, Agonizo... excede o interminável, idéias que se enfileiram,fila que se alonga,baldes que transbordam,a incansável espera...
Peço então que venham, sem fila, sem ordem, aportem e abordem, Venham versos sem medidas, Rimas latentes e recorrentes, Poetar dolente, Palavras sem guarida, Letras libertas, imagens da vida, Poemas voluntariosos, Obras que transgridem a dor,
Peço que apenas venham, Desejosas se apenas ser, Ao mundo pertencer, Venham e desanuviem sonhos nebulosos, quereres incontidos, Derramem em Poesia, deponham, destronem o sofrer,
Venham e sejam fluidas, E sejam exatamente da cor do tamanho da imensidão do desejo de ser poesia...
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