REVELAÇÃO

Data 21/07/2009 02:12:54 | Tópico: Sonetos

As palavras vagam solitárias, desconexas...
Num oceano imenso, sem destino e sem compasso;
Vêm sem direção, qual folhas secas no espaço
Que o vento sopra, que o vazio faz reflexas.
O poeta sofre por não ter nas mãos o fio
Que conduziria ao desnovelo da meada;
A inspiração, sempre presente, não diz nada...
Muda, quieta, fria, solo seco no estio.
Mas uma semente que outrora foi jogada
Por mão displicente, por escolha ignorada
Fez-se broto novo nas ranhuras do incerto.
E pra quem não tinha nem um pingo de ventura
Revelou-se a dádiva em feliz semeadura
Que mesmo apartada, fez-se fruta no deserto.


Frederico Salvo



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