Devagarinho
Data 22/07/2009 21:55:43 | Tópico: Poemas
| Brota um pastor do meio da erva Enquanto os cordeiros correm às mães... De lobos nem vislumbre, Só por ali volteiam os cães Mandados de assobio que os toma por gente serva.
A jorna vai de sol a sol, Começa no lado nascente, Armado de um galo empertigado E acaba no lado poente, Com o corpo a rezar por cama mole.
Devagarinho, devagarinho, Se faz o trabalho sem correria, Numa invejada calma secular Feita de aprendizagem bravia E calejadas mãos de carinho.
Das pressas morrem os momentos Lá para os lados do país... São as bolandas e desvarios De gentes agudas e sem raiz Que nas caras só trazem tormentos.
É deste chão que se gosta E não do alcatrão que diz o caminho... Nesse, não nasce erva, Nem brota o pastor com mãos de carinho, Nem cabe o devagarinho a que o dia se encosta.
Valdevinoxis
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