DESTA NOSSA SOCIEDADE

Data 23/07/2009 23:09:07 | Tópico: Poemas -> Reflexão

DESTA NOSSA SOCIEDADE

Basta de não sermos nós
De eu não ser eu
De tu não seres tu
De quem quer que seja
O não seja

Basta de passos errados
Descompassados
De pés desatinados
Um para a frente
O outro para trás

Basta de incapacidade de ver
Aquilo que nos é evidente
Que é inaudito
E temos vergonha
Que seja dito

Basta de não nos olharmos de frente
De dúvida levarmos
De as costas nos voltarmos
Ao invés de
Nos confiarmos

Basta de no outro
Vermos sempre o mais pequeno
Que a importância
Fica connosco
Empertigados,
Proeminentes

Basta de não vermos o indigente
Aquele que sente a falta
De uma simples palavra
Esse que mora
No invólucro terrifico
Da solidão
E nós somos tantos!
O quê a justifica?

Basta que crianças
Iguais aos nossos filhos
Morram à míngua
Daquilo que nós outros
Desperdiçamos

Basta tanta injustiça
Do endeusar do dinheiro
Fazê-lo objectivo primeiro
Do nosso correr sem freio

Basta de um mundo
Que pressinto moribundo
Poço de que se não vê o fundo

É tempo de o homem
De uma vez por todas
Ser Homem

Olema









Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=91768