 
  
    	Mesa farta de morte
    	Data 24/07/2009 15:49:28 | Tópico: Poemas -> Reflexão
 
  |  Quisera eu ser capaz de não sentir compaixão, e me sentar à mesa farta com o resto dos homens, a me deliciar com pratos cheios de sangue dissimulado. Mas como poderia eu esquecer-me que há pouco, sobre os campos ensolarados havia felicidade, havia vida. A mesma inocência que agora nesses pratos encontra-se morta  caminhava a passos lentos, confiando nas mãos que vieram a degolá-la. Ao testemunhar tamanha covardia me é inevitável a tristeza.  Como criança choro a minha dolorosa compaixão impotente,  que faz da minha tristeza mais triste ao me ver com as mãos algemadas, sem nada significativo poder fazer, a não ser dizer que sinto muito  e me recusar a comer. 
 
 
 
  |  
  |