Pó que a alma limpa e o corpo absorve

Data 26/07/2009 11:03:32 | Tópico: Poemas

Retira-me o pó
Nos embalos desta vida
Em tuas suculentas mãos
Onde o sujo se enamora por panos enrolados
Rejuvenesce este meu corpo apto para esquecer

Não há-de nunca sobrar demasiado amor
E quem sabe se o lustrado suor recente
Desaparecerá nas brasas que a puberdade ascendeu
Pois agora qualquer cega emoção faz-se esquecida
Enquanto um dos pés escorrega no lençol

Assim é o jogo da vida e dos sentidos
Onde cada acordar adormecerá na volúpia
E se no aparato do sono houver mais alegria
Então é de carne viva esta salva intuitiva (sonho materializado)
E estaremos fugindo da morte e da contenção do desencanto

Mas o amanhã, sempre ele, já nos reclama!
Ou porque é trabalho ou domingo missal
A planície repousante é de novo vertical condição
E o atrito da pele condena de novo este bípede vulto
A mover-se vadio pela poeira suja




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