
Negação
Data 29/07/2009 11:15:29 | Tópico: Poemas
| Se as minhas mãos talhassem o desafio Do fado agnóstico que cantaste A madeira funesta do desvario Seria o alpendre agreste que criaste.
Planalto verdejante caminho Com freios arreganhados entre dentes Ideias em constante desalinho Lúcidas, tenazes, dementes.
Já não sou mais eu que aqui estou Sou outro ser Não conheces Vou por aqui só porque vou Só porque tem de ser Não sou o ser que mereces.
Se as minhas mãos talhassem o desafio Outro mar era navegado Do fado agnóstico que cantaste Outro mar seria marejado A madeira funesta do desvario Em ondas vermelhas seria Seria alpendre agreste que criaste Em cemitério de abrutes jazeria.
Planalto verdejante caminho Como ideias negras do pensamento Com freios arreganhados entre dentes Sementeira de asneira, ténue lamento Ideias em constante desalinho Sóis febris de mágoas repartidas Lúcidas, tenazes, dementes Palavras tuas, velhas, vencidas.
Já não sou mais eu que aqui estou Sou espectro da felicidade havida Sou outro ser Auréola cinza vencida (Que) Não conheces Não a queiras conhecer! Vou por aqui só porque vou Não quero ir para onde me mandas Só porque tem de ser Outras demandas… outras demandas Não sou o ser que mereces Não quero ser o que queres! Não quero ser como me queres! Não vou ser… não quero!
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