Muita Coisa Envolvida - Parte I
Data 30/07/2009 11:06:39 | Tópico: Poemas
| Muita Coisa Envolvida - Parte I
Antes de tudo uma singela pergunta:
Perdoa-me se mais uma vez, como sempre aconteceu, eu apaixonar-me por ti?
Ah, essa paixão...
A que sai da alma, do espírito!
Uma noite comum, sim? Não, definitivamente não!
Algumas unidades etílicas, de uma certa divindade Hinduísta!
Somadas irremediavelmente, à tantos e tantos cartuchos de nicotina...
Agregue à isso, um belo e saboroso Cohiba, feito passaporte para um passado onde nos conhecemos e como disse o Belchior: é uma roupa que já não nos serve mais...
Enquanto essa mistura era preparada o prato principal, mesmo nós, não sabíamos sequer que existia!
Ainda no molho, Ney e Cartola...
E do nada, um afago, um carinho inocente!
Daqueles que a partir de um momento na vida perdemos o direito de ter!
O fechar de olhos, de quem nada mais quer!
O sussurro que arrepia!
A boca que beija, morde lambe, sussura e grita...
Grita tão silenciosamente, que apenas o espírito ouve!
A mão na pele, apertando com raiva, como quem prevê o fim!
O beijo, ah o beijo!
Molhado e nervoso, carinhoso e seco...
E aquele, que sapeca, cria ilhas húmidas? Como que mostrando à lingua: Olha é por aqui que você vai, viu?
O toque nas costas, arrepio do teu corpo, e de sentimentos no meu que eu nem sabia se ainda existiam!
Teus cabelos, qual coisas que eu tinha trancadas dentro de mim!
Quanto mais bagunçados, mais bonitos ficam...
Confusão?
Sim, tem coisa mais gostosa?
Lembra-te de quando eu escondia teus olhos?
Ganhei quase um Pulitzer por aquilo sabia?
Hoje quando sorrio, sinto o teu sorriso no meu...
Bem esse aí, que dou graças a Deus, por conseguir arrancar de ti!
É como se a mão que pousava sobre seus lindos olhos, servissem-me agora para tapar os olhos que enxergam tudo aquilo que não vale a pena ver!
Quando eu tampava seus olhos, sua boca, ai que boca... abria-se qual o perfeito guia...
A levar-me por caminhos desconhecidos, e dizendo-me ao apontar para formigas: olhe aí os enormes monstros que criaste!
E os sorrisos abriam-se feito sóis na escura noite!
Mais o teu que o meu, é verdade...
Talvez um ou outro sentimento, covarde e estúpido, ainda estaria a tentar a virada...
Mas àquela altura a vitória da simplicidade e da cumplicidade já fora decretada...
Lembro-me dos poemas de uma poetisa,,, Lucinda? É isso mesmo?
Ácidos, belos e reais, Qual nossa vida comum!
Mas insisto sempre, mesmo sem sucesso, em tratar de assuntos intratáveis!
Lembro-me de tua boca, ah, sempre ela, transformando-se em outra...
Uma beleza exótica, quase sem ar, certamente sem raciocínio...
Torta e trêmula, a nem saber o que fazer...
As mãos, mais abaixo, apertando-me, como querendo dizer-me coisas que bocas não falam...
Os cabelos de novo, a tampar-te os olhos, naturalmente, como quando burro, com as mãos, forçosamente eu fazia!
A respiração ofegante, a pele na pele, o suor, o dente, que antes sorria, agora morde... o beijo ardente...
Tesudo!
E este sem interpretações filosóficas nem nada...
Uma delícia do caralho!
As pernas, os enlaces, e tudo, tudo o mais...
E como já nos prometemos, beber da próxima, só depois!
Haha...
É isso...
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