Por-do-sol
Data 31/07/2009 16:30:55 | Tópico: Prosas Poéticas
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PROSA... – Pôr-do-sol
Quando o sol cai, num pôr de sol alaranjado, o horizonte incendeia-se numa agonia de tarde lamentosa. Indiferentes, a essa agonia de fim de tarde, as estrelas vão aparecendo e sorrindo num cintilar bruxuleante, e num brilho, quiçá sarcástico, indiferentes aos lamentos que um poeta possa sentir, ao ver morrer assim o sol. Poderá um poeta, escrever, que o pôr-do-sol é o sorriso do luar fervendo em torturas, que o cintilar e brilho das estrelas, é o sorriso de uma criança, mas que um velho, já na idade do pôr-do-sol, vê como apenas o findar de mais um dia. Um poeta é escravo das palavras e desses momentos, que depois transforma em poemas. É juiz e carcereiro dos seus pensamentos, que só liberta, quando neles sente o sabor de uma fatia de pão salgado, sabendo a mel. É algoz de si mesmo, quando descreve o pôr-do-sol, no seu cair, como a sua própria morte. È nesses momentos de metamorfose, que um poeta, pode descrever o nascer do sol no poente e o pôr-do-sol a nascente. Talvez pense, que assim pode iluminar a noite, para mais viver, mas quem sabe o pensamento de um poeta? Pode ele até descrever noites enfeitiçadas, como o olhar de um par enamorado em pleno dia, transformando, para eles a luz do sol em luar de Agosto, onde a lua em pleno dia, sorri dengosa aos beijos dos amantes....Beijos que pode transformar em estrelas incandescentes e os corpos abrasados de paixão, no nascer do sol que morrerá como o pôr-do-sol, passado o frémito da paixão. Um poeta não fode, ama, faz de uma folha a cama, onde pode descrever o por do sol como a nudez sensual de uma mulher, onde brisas misteriosas, murmuram segredos proibidos. Um poeta, é o nascer e o pôr-do-sol, num dia qualquer.
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