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Data 06/08/2009 12:39:56 | Tópico: Poemas

Abrem-se em cutiladas profundas
Aos poucos se vai avivando a magoa
Que deixas em cada migalha jogada
Como se fosse o apogeu que ambicionas

Ofereces tão pouco de tudo, mãos esticadas
Percorrem um caminho sem encruzilhada
Exigem demais para quem dá quase nada
Oferecem demais num nada que desfraldas

E eu, tropeço nessa dádiva impotente
Finjo uma alegria que nunca tive
Sempre consigo olhar-te de frente

E tu vives na ilusão que eu sustive
Acreditas que sempre dás em demasia
Carregas as certezas, só que eu sou mais livre…


Antónia Ruivo


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