nevoeiro

Data 17/08/2009 21:53:07 | Tópico: Poemas

de um ímpeto o sonho.
meus olhos insones sob o músculo palpebral
pretendiam morrer.
um vento doce me recebia o corpo ausente,
feixes de luzes em minhas mãos pediam nortes,
águas paralelas pintavam no chão meus passos,
nuvens amarelas cobriam-me a alma de um frio antigo.

Do nevoeiro surgias tu
- todo o acervo de sentimentos meus –
e não eras mais indiferente, não mais tão rude,
não tinhas no nome o desprezo bordado.
Tinhas no rosto um quase amor,
um fio de mel a enredar-me a sombra
mas eu só via o sal agreste do silêncio
enquanto a noite ruía
soterrando a palavra que nunca mais eu diria.




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