A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XXV)

Data 20/08/2009 11:31:26 | Tópico: Prosas Poéticas

O dia sacode de mim as últimas cores dos meus olhos como se fosse um orvalho matinal adornado com o chilrear dos colibris e a dança vertiginosa e sensual das abelhas, que saltitam de flor em flor. Cego por instantes e sinto o teu toque aveludado no meu corpo a corromper todas as sensações que um homem pode ter e desejar de uma mulher, fazes sofrer este meu ser de corpo gasto com a brisa ofegante e tépida que soltas do teu respirar. As tuas mãos envolvem-se em mim como serpentes que nada procuram senão um um aconchego e os teus olhos disfarçam por saberem que não os posso ver chorar a falta que me fazes.
Inebrio-me assim nesta cegueira momentânea, com o teu cheiro a rosas e a vida, com a música que te sai dos pensamentos mais lascivos e atrevidos, que adormecem no meu peito à espera que um dia eu tenha a coragem de os acordar.


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