Cala-me

Data 16/06/2007 01:37:06 | Tópico: Prosas Poéticas

Cala-me esta boca tonta que não sabe o que diz, quando te digo para ires o meu coração pede-te que fiques e me abraces e me acarinhes, me encostes contra o teu peito e me segredes as coisas bonitas e lamechas que os enamorados costumam dizer.
Cala-me rápido esta boca que não sabe o que diz. Quando te imploro a partida desejo ardentemente que continues perto de mim, tão perto que ouça o meu coração bater em sintonia com o teu.
Cala-me já porque senão ainda te vais e depois não haverá volta, cala-me já antes que as palavras traiçoeiras ainda te levem para longe de mim, tão longe que me seja impossível alcançar-te, nem com os braços longos do amor.
Cala-me este vagar sofrido e prolongado antes que me percas tu também na roda desta vida impaciente, antes que se evapore a presença e a ausência se transforme em permanência.
Cala-me! Beija-me a boca e não deixes que ela fale, o meu beijo esconde tudo o que o coração sente, o beijo é a maneira simples que o coração encontra para te falar quando as palavras se tornam desnecessárias.

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