Fantasias...
E eram tantas.... não faziam mal. Tinham sabor de frutas tenras, recém colhidas, orvalhadas ainda. Era menina.
E, em sendo menina, era livre. E livre, tinha asas. E com asas tudo podia. Voava, flutuava, chorava, sorria ... Vivia! E assim o foi por tantas primaveras...
Em manhã nublada, do tempo esquecida, como que perdida, saiu a menina à procura das asas e para surpresa não as encontrou. Nunca mais!
Andaria ... pensou. O chão, porém lhe era inóspito. Desaparecera o habitual, ou talvez nunca estivera onde sempre lhe pareceu tão certo.
O espelho à sua frente refletia a estranha imagem onde não se reconhecia. Era a MULHER! A menina se fora. E com ela, as fantasias...
E desde então, a vida se encarregou de mostrar-lhe a realidade adulta, onde as pessoas acertam e erram em nome de verdades que só elas entendem...
Lourdes Braga Fracalossi
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