Oh que pobre coitado, o ingénuo esmifrado, desiludido, aldrabado...

Data 31/08/2009 22:20:24 | Tópico: Textos

Cansa a conversa tansa que se lança nos pratos da balança de um ingénuo. Ouve, ouve e sem remédio, volta a ouvir. Então vota, revota e muda de voto e, devoto, verifica que tudo fica na mesma.
A desilusão vem às resmas, num impresso de imposto sem ilusão que lhe é posto no bolso do casacão. Sente a ferroada que não lhe isenta a alma enganada de males de gente aldrabada.
Sacam-lhe o médico, o crédito, a escola e ainda paga a estola que o senhor deu à senhora dona do nariz empinado e cabelo armado... oh que pobre coitado! Oh que pobre ingénuo que tem o rabinho todo riscado dos malfazejos açoites pedagógicos que lhe vão aplicando.

Valdevinoxis

(originalmente publicado no Luso em 05/04/2007)


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