B.I.

Data 01/09/2009 11:40:26 | Tópico: Poemas

como folhas de “pas- de- deux decadê”
quebram-se as trajectórias sem espantos.
Já não me pareço com ninguém
desde que nasci.
sou um passo parido atraído,
a matar o ferido para salvar o morto.

sou essa estranha criatura, erroneamente resolvida,
a dançar coreografias gastas, misturadas
nas sombras e as luzes da ribalta
perdida da vida em soluçantes passos, testemunham
um bailado, totalmente irrisório do qual,
confesso, nunca fui convidada.

Esforço-me à árdua tarefa de passeata
“sem pontas que se lhe pegue”,
ao roer as unhas putrefactas ,
na expectativa de registar e embelezar qualquer dança.



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